Este ano, a mostra Maio Fotografia no MIS 2017 fica em cartaz de 13 de abril a 28 de maio, quando todos os espaços expositivos do Museu serão tomados por obras de artistas singulares e fundamentais na história da fotografia.

Uma das exposições é Farida, um Conto Sírio, de autoria de Mauricio Lima, representado no Brasil pela DOC Galeria, que ganhou o Prêmio Pulitzer em 2016 com o ensaio da migração de refugiados do Oriente Médio rumo à Europa. Mauricio Lima é o primeiro brasileiro a receber este importante reconhecimento administrado pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque, que este ano completa 101 anos e é outorgado a pessoas que realizam trabalhos de excelência nas áreas da literatura, composição musical, jornalismo e fotografia.

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A edição de 2017 do Maio Fotografia também apresenta a exposição Revista Camera  A fotografia dos séculos XIX e XX, mostra que surgiu a partir da coleção do fotógrafo Allan Porter, editor da cultuada revista suíça Camera, uma das mais importantes publicações do mundo da fotografia.

A fotografia produzida em smartphones ou celulares integra a programação do Maio Fotografia com três exposições que ocuparão o Espaço Expositivo 2º Andar e o Foyer do Auditório LABMIS. Avessos e paradigmas reúne quatro decanos da fotografia brasileira, Penna Prearo, German Lorca, Maureen Bisiliat e Nair Benedito para uma produção de mobgrafias que abraça a inovação.

O coletivo internacional Hikari Creative, formado por premiados fotógrafos internacionais, integra a mostra com suas produções com smartphones com a exposição A arte da observação urbana e o Festival Latino-Americano de Mobgrafias (FLAMOB) apresenta as fotografias premiadas em seis categorias.

Maio Fotografia ainda traz a mostra Passagens da inocência de Giullia Paulinelli, uma das artistas selecionadas pelo programa Nova Fotografia 2017, espaço do MIS dedicado a fotógrafos promissores. Completa a programação uma curadoria especial com acervo do próprio museu, intitulada Caçador e construtor, que tem entre seus destaques obras de Cristiano Mascaro, Arnaldo Pappalardo, Fernando Natalici e Gal Oppido.

A seguir mais informações sobre cada uma das exposições do Maio Fotografia no MIS 2017.



Farida, um Conto Sírio | Mauricio Lima

O Espaço Redondo do Museu é ocupado pela exposição Farida, um Conto Sírio, do fotógrafo Mauricio Lima, que acompanhou por seis meses em 2015 a longa jornada de migração de refugiados do Oriente Médio rumo a Europa. O título da mostra, que conta com curadoria da alemã Elisabeth Biondi, alude ao nome do bebê que nasceu em Karlstad, interior da Suécia, após todas as dificuldades físicas e emocionais que seus pais ─ que representam os mais de cinco milhões de refugiados sírios ─ foram obrigados a enfrentar por mais de 50 dias durante a travessia, ocasionada pela guerra em seu país. Este ensaio sobre os refugiados em busca de asilo na Europa rendeu a Mauricio Lima o Prêmio Pulitzer em 2016, tornando-o o único cidadão brasileiro a receber esse prestigioso reconhecimento.

Desde a invasão norte-americana do Iraque, em 2003, Mauricio Lima vem documentando o êxodo e as consequências de povos afetados por conflitos. Em 2015, ele passou 38 dias entre o norte da Síria e o Iraque, depois visitou as principais fronteiras que os refugiados usam para fugir: Turquia, Grécia, Bulgária, Macedônia, Sérvia, Croácia e Hungria; e os destinos ou rotas: Áustria, Alemanha, Suécia e Noruega. Passou entre uma e duas semanas em cada lugar, no total de seis meses. As fotos de Mauricio iluminam a montanha-russa emocional por que os refugiados passam em sua jornada pelo desconhecido, na esperança de encontrar um lugar para viver com dignidade e respeito.

Enquanto documentava a saga dos refugiados, Mauricio percebeu que devia humanizar o acontecimento catastrófico e quis se aproximar de uma família e fotografar suas provações árduas até o exílio. Ele se conectou com a família Majid, que dormia em uma barraca em uma praça de Belgrado, na Sérvia. Durante 29 dias, o fotógrafo compartilhou da vida deles, os perigos e as dificuldades para ir da Sérvia à Suécia. “Com suas imagens, Mauricio Lima dá a nós, espectadores, a oportunidade de compartilhar visual e intimamente os altos e baixos da viagem da família em busca de asilo”, diz a curadora Elisabeth Biondi.

A exposição, que apresenta 30 imagens, é co-realizada pelo MIS e pela DOC Galeria|Escritório de Fotografia.


Revista Camera  A fotografia dos séculos XIX e XX

Allan Porter resguardou aproximadamente três mil negativos, cromos, e ampliações de diversos fotógrafos que tiveram seus trabalhos publicados durante os 15 anos em que ele esteve à frente do periódico (1966 – 1981), e que mostram o percurso da fotografia desde o século XIX. A mostra Revista Camera – A fotografia dos séculos XIX e XX ocupa o Espaço Expositivo 1º andar e apresenta 219 imagens de importantes nomes da fotografia, como Eugène Atget, Cartier-Bresson, Aleksander Rodchenko, Robert Mapplethorpe, Robert Frank, Sarah Moon e Larry Clark, entre outros. Sobre a revista Camera Criada em 1922, a Camera encerrou suas atividades em 1981 e voltou a ser editada em 2013, em uma versão bilíngue (francês-inglês) com quatro edições anuais. A versão original da revista foi um marco, e assim permaneceu durante os períodos mais importantes da fotografia. Sob a direção de Porter, a revista experimentou um sucesso sem precedentes. A publicação testemunhou a época de ouro do documentário, o advento da cor e os experimentos em abstração e minimalismo e publicou importantes figuras como Josef Koudelka, Ralph Gibson, Duane Michals, Lua de Sarah, Eikoh Hosoe, Bernard Plossu, David Goldblatt e Leslie Krims.

Avessos e paradigmas | Penna Prearo, Maureen Bisiliat, Nair Benedicto e German Lorca

A mostra, com curadoria de Fausto Chermont, traz obras dos veteranos Penna Prearo, Maureen Bisilliat, Nair Benedicto e German Lorca. As séries apresentam o resultado do desafio proposto: utilização de câmeras de captura digital de telefones celulares. A não proposição de temas para os ensaios e a confiança plena do curador com o resultado como alternativa de elaboração autoral, na temporalidade do evento, são parte das provocações a formatos hegemônicos da contemporaneidade, tornando a exposição uma surpresa até mesmo para seus participantes. German Lorca, Maureen Bisilliat, Nair Benedicto e Penna Prearo podem ou não se ater a suas linhas de pesquisa e produção costumeiras. Liberdade de escolha é um dos principais ingredientes da proposição.

A arte da observação urbana | Hikari Creative

Uma seleção de 75 trabalhos dos cinco fotógrafos que compõe o Hikari Creative – coletivo formado por Adriana Zehbrauskas, Ako Salemi, Eric Mencher, Marina Sersale e Q. Sakamaki – compõe a mostra A arte da observação urbana, que traz registros que buscam dar uma dimensão apropriada para a importância das narrativas visuais, com imagens urbanas que atestam o lema do grupo: “nos unimos através da fotografia para afirmar a arte como essencial em nossas vidas”.

Em lugares que vão desde Veneza até Nova York, passando por cidades e vilarejos, como San Miguel Allende, no México, todas as coisas possíveis e imagináveis podem ser vistas até mesmo pelo observador mais casual. Hikari Creative é um coletivo baseado no Instagram, fundado com o objetivo de explorar um estilo de fotografia que mescla as tradições das belas-artes às do fotodocumentário. Hikari significa luz em japonês e é também uma metáfora para esperança.

FLAMOB 2017

O Festival Latino-Americano de Mobgrafias (FLAMOB) 2017 exibe uma mostra com as fotografias produzidas e compartilhadas com smartphones em seis categorias diferentes e nesta edição privilegia as narrativas visuais a partir da questão: Qual a sua história?. Um júri formado por profissionais do Brasil, Canadá, França, Alemanha e Portugal, seleciona, por categoria, os vencedores que são anunciados no dia da abertura da mostra. O FLAMOB  também promove o  encontros, palestras, workshops e leituras de portfólio durante o período do festival.

ACERVO MIS | Caçador e construtor

A mostra Caçador e construtor traz uma seleção de imagens apresentada por jovens fotógrafos que participaram entre 1989 e 1997 do Projeto Fotografia de Autor ‒ encontros quinzenais realizados no MIS que resultavam em exposições e deram origem à coleção Expressão Pessoal do acervo fotográfico do museu ‒, e acabaram se tornando grandes nomes da fotografia brasileira. Arnaldo Pappalardo, Cristiano Mascaro, Gal Oppido e Hilton Ribeiro são alguns nomes presentes nesta exposição, cujo título faz referência aos fotógrafos que ora são viscerais, agarrando a realidade e fazendo um recorte dela como forma de alimentar sua expressividade; ora erigem um mundo de símbolos e significados para seus espectadores desvendarem.

A exposição conta com 38 imagens e está exposta no Foyer do Auditório MIS.

Passagens da inocência | Giullia Paulinelli | Nova Fotografia 2017

Passagens da inocência, de Giullia Paulinelli, é a segunda mostra apresentada pelo programa Nova Fotografia 2017, espaço do MIS dedicado a fotógrafos promissores. Na exposição, a artista apresenta figuras humanas nuas, sem definir símbolos que imponham uma ideia ou pensamento. O observador é confrontado com indícios, nada mais. Com uma nudez que não se liga a questões de pudor ou moralidade. Com um olhar não revelado; indeterminado pelas personagens que dão as costas aos observadores. O conceito da exposição surgiu a partir de um incômodo da fotógrafa com a banalização do corpo, da nudez. “Um assunto ainda muito presente e mal resolvido”, diz a artista. A série é composta por 12 imagens que foram feitas em diversos lugares do Brasil.

Foto Feira Cavalete #6

Nos dias 6 e 7 de maio, o MIS recebe a Foto Feira Cavalete, evento para amantes da fotografia, que reúne fotógrafos, galerias, editoras, selos independentes, artistas visuais e produtores. O objetivo é oferecer todo e qualquer objeto fotográfico: impressões, publicações, fotolivros, fotozines, livros de artistas, caixas de fotografias, fotos soltas e também roupas e serviços como impressão fine art. A Foto Feira Cavalete é organizado pela DOC Galeria | Escritório de Fotografia.

Sobre o Maio Fotografia no MIS

Criado em 2012, o projeto Maio Fotografia no MIS dedica cerca de dois meses por ano à fotografia, com todos os espaços do Museu tomados por exposições, seminários e oficinas. Em suas cinco edições figuraram importantes artistas, nacionais e internacionais, como André Kertész, Andy Warhol, Carlos Eber, Chico Albuquerque Claudio Edinger, Gregory Crewdson, Josef Koudelka, Martin Parr, Valdir Cruz, Vivian Maier e Willy Ronnis.

Serviço

MAIO FOTOGRAFIA NO MIS 2017
 Abertura 12 de abril (quarta-feira), às 18h (entrada gratuita)
 Data 13 de abril a 28 de maio de 2017 
Horário terças a sábados, das 12h às 21h; domingos e feriados, das 11h às 20h 
Local Espaço Redondo, Espaço Expositivo 1º andar, Espaço Expositivo 2º andar, Nicho, Foyer do Auditório MIS e foyer do Auditório LABMIS. 
Ingresso R$ 6,00 (inteira) e R$ 3,00 (meia)
Classificação etária livre

SEMANA DOCFOTO Mesa Refugiados 4 de maio, 19h30 
Mesa 10FOT10MIN 5 de maio, 19h30 
Foto Feira Cavalete 6 e 7 de maio, estacionamento do MIS. Sábado das 11h às 20h, dom das 11h às 19h.
 Local 
 

Museu da Imagem e do Som – MIS
 Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo | (11) 2117 4777 | www.mis-sp.org.brEstacionamento conveniado: R$ 18 
Acesso e elevador para cadeirantes. Ar condicionado.

DOC Galeria | contato@docgaleria.com.br